Agência ZeroUm1 de fev. de 20213 min de leituraA realidade pós vacinação...A resposta não imediata que colide com a ansiedade por dias comuns.Crédito: Wix.A vacinação contra a Covid-19 no Brasil teve início no último domingo (17), em São Paulo, logo após a aprovação para o uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No decorrer da semana, doses da CoronaVac destinadas ao Ministério da Saúde foram distribuídas por todo o País, dando largada a escala de imunização. Em bate papo exclusivo para o portal Brasil61.com a infectologista, Sylvia Lemos Hinrichsen, que é professora titular do Departamento de Medicina Tropical da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), esclareceu dúvidas e mitos sobre a vacina. Apesar da “luz no fim do túnel" que surgiu com o início da imunização dos grupos prioritários, a infectologista destacou que é preciso ter consciência de que ainda estamos distantes do fim da pandemia. “Ao mesmo tempo, nós temos que ser esperançosos e realistas, não vai ser da noite para o dia que isso tudo vai mudar. As pessoas precisam estar conscientes e ao mesmo tempo corresponsáveis”, disse. Sylvia Lemos Hinrichsen, infectologista.Ela destacou também a importância de uma coordenação logística dos gestores municipais para alcançar a meta de até meados de setembro ter dois terços da população vacinada. Na sequência a médica explicou o que é a imunidade de rebanho, técnica que uma determinada parcela da população se torna imune a uma doença, agindo como uma barreira, protegendo mesmo aqueles que ainda não são imunes. Para a infectologista este é um conceito difícil de ser alcançado não só no Brasil como no mundo, a falta de insumos deve ser o grande gargalo para a produção de vacinas em grande escala para a maior parcela da população. “A grande dificuldade que nós vamos ter e todos os países vão ter é o acesso aos insumos ativos para produzir a vacina. Essas vacinas são caras, as produções são caras”, pontuou.Nova cepa do coronavírus causa incertezas entre autoridades de saúde e a população em geralCuidados com a Covid-19 devem continuar após a vacinação Sylvia Lemos Hinrichsen reconheceu que as informações falsas que circulam sobre possíveis perigos da imunização estão fazendo muitas pessoas não quererem tomar a vacina. Mas ela tranquilizou quanto a segurança e eficácia dos imunizantes já aprovados. “Ninguém vai virar jacaré, como estão falando por ai!”, brincou. Sobre os possíveis efeitos colaterais, a infectologista acrescentou: “a curto prazo, o que foi observado é o que toda vacina dá. E como essa vacina da CoronaVac, como também da Astrazeneca tem metodologias já anteriores, o que constataram foi um certo desconforto que pode ter no princípio. Mas isso está também no plano da própria Anvisa, as empresas até fevereiro tem que mostrar o que a gente chama de farmacovigilância.”Segunda dose A infectologista destacou ainda a importância da segunda dose. Segundo a médica, não adianta comemorar a primeira vacinação se ela não for reforçada, apenas a dosagem correta pode garantir a eficácia e a imunização. “Se tomar a vacina A, a segunda dose é da vacina A. Se tomar a vacina B, a segunda dose é da vacina B. Não pode intercambiar ainda, em um futuro quem sabe, mas por enquanto não.” Mesmo depois da vacinação, a doutora Sylvia Lemos Hinrichsen afirmou que será necessário continuar tomando as medidas de distanciamento e os cuidados de higiene como uso de máscara e álcool em gel, por tempo indeterminado. E que não é possível esperar o fim da pandemia em um futuro próximo. “A minha mensagem é: vamos ser corresponsáveis com todos os processos. Vamos nos juntar com um foco, um propósito. Não vamos esperar que a pandemia acabe para ser como era, eu acho difícil ser como era. Porque você não passa pelo mesmo rio duas vezes do mesmo jeito, já dizia o filósofo Heráclito”, concluiu. Fonte: Brasil 61
A resposta não imediata que colide com a ansiedade por dias comuns.Crédito: Wix.A vacinação contra a Covid-19 no Brasil teve início no último domingo (17), em São Paulo, logo após a aprovação para o uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No decorrer da semana, doses da CoronaVac destinadas ao Ministério da Saúde foram distribuídas por todo o País, dando largada a escala de imunização. Em bate papo exclusivo para o portal Brasil61.com a infectologista, Sylvia Lemos Hinrichsen, que é professora titular do Departamento de Medicina Tropical da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), esclareceu dúvidas e mitos sobre a vacina. Apesar da “luz no fim do túnel" que surgiu com o início da imunização dos grupos prioritários, a infectologista destacou que é preciso ter consciência de que ainda estamos distantes do fim da pandemia. “Ao mesmo tempo, nós temos que ser esperançosos e realistas, não vai ser da noite para o dia que isso tudo vai mudar. As pessoas precisam estar conscientes e ao mesmo tempo corresponsáveis”, disse. Sylvia Lemos Hinrichsen, infectologista.Ela destacou também a importância de uma coordenação logística dos gestores municipais para alcançar a meta de até meados de setembro ter dois terços da população vacinada. Na sequência a médica explicou o que é a imunidade de rebanho, técnica que uma determinada parcela da população se torna imune a uma doença, agindo como uma barreira, protegendo mesmo aqueles que ainda não são imunes. Para a infectologista este é um conceito difícil de ser alcançado não só no Brasil como no mundo, a falta de insumos deve ser o grande gargalo para a produção de vacinas em grande escala para a maior parcela da população. “A grande dificuldade que nós vamos ter e todos os países vão ter é o acesso aos insumos ativos para produzir a vacina. Essas vacinas são caras, as produções são caras”, pontuou.Nova cepa do coronavírus causa incertezas entre autoridades de saúde e a população em geralCuidados com a Covid-19 devem continuar após a vacinação Sylvia Lemos Hinrichsen reconheceu que as informações falsas que circulam sobre possíveis perigos da imunização estão fazendo muitas pessoas não quererem tomar a vacina. Mas ela tranquilizou quanto a segurança e eficácia dos imunizantes já aprovados. “Ninguém vai virar jacaré, como estão falando por ai!”, brincou. Sobre os possíveis efeitos colaterais, a infectologista acrescentou: “a curto prazo, o que foi observado é o que toda vacina dá. E como essa vacina da CoronaVac, como também da Astrazeneca tem metodologias já anteriores, o que constataram foi um certo desconforto que pode ter no princípio. Mas isso está também no plano da própria Anvisa, as empresas até fevereiro tem que mostrar o que a gente chama de farmacovigilância.”Segunda dose A infectologista destacou ainda a importância da segunda dose. Segundo a médica, não adianta comemorar a primeira vacinação se ela não for reforçada, apenas a dosagem correta pode garantir a eficácia e a imunização. “Se tomar a vacina A, a segunda dose é da vacina A. Se tomar a vacina B, a segunda dose é da vacina B. Não pode intercambiar ainda, em um futuro quem sabe, mas por enquanto não.” Mesmo depois da vacinação, a doutora Sylvia Lemos Hinrichsen afirmou que será necessário continuar tomando as medidas de distanciamento e os cuidados de higiene como uso de máscara e álcool em gel, por tempo indeterminado. E que não é possível esperar o fim da pandemia em um futuro próximo. “A minha mensagem é: vamos ser corresponsáveis com todos os processos. Vamos nos juntar com um foco, um propósito. Não vamos esperar que a pandemia acabe para ser como era, eu acho difícil ser como era. Porque você não passa pelo mesmo rio duas vezes do mesmo jeito, já dizia o filósofo Heráclito”, concluiu. Fonte: Brasil 61