Agência ZeroUm21 de mai. de 20203 min de leituraA vida além da emergênciaAtualizado: 26 de mai. de 2020Profissionais da saúde e familiares relatam a vida para além dos hospitais.Estresse. Área de Saúde. Foto: Wix Media.A COVID-19 vem reescrevendo necessidades, modo de vida e protocolos em praticamente todo o mundo. Para os profissionais de saúde, a realidade que se apresenta é brutal. Sobretudo para aqueles que não tinham contato com a realidade pública do atendimento.Recentemente, após se sagrar campeã do Big Brother Brasil, a médica Thelma em entrevista ao GShow comentou: "Foi a primeira vez que eu tive uma crise de choro pós-confinamento do BBB. Foi quando caiu a ficha de que se eu não estivesse participado, estaria exatamente na mesma situação destes meus colegas".A realidade pode ser ainda mais brutal quando consideramos o estágio de sucateamento da saúde pública, com a superlotação por muitas vezes já sabida e reportada por diversos canais. E apesar de tudo isto, o profissional da saúde resiste.A Agência ZeroUm esteve em contato com familiares de profissionais de saúde. Estes relatam que, além do esgotamento físico com escalas diferenciadas, há o esgotamento emocional. Talvez o ponto mais estratégico da cadeia de atendimento sofra por conta de uma conjuntura de problemas derivados da falta de condições de trabalho, de estrutura, afetando justamente aqueles que estão no 'front'.Conversamos com o psicólogo José Renato Velasco para entendermos a absorção deste novo comum que a epidemia nos impõe dentro deste novo contexto. O profissional relata que a mudança para alguns foi grande. Com tudo, o cenário é desafiador diante do ineditismo e da abrangência do problema que todos estão vivendo. Toda dinâmica anterior e já conhecida foi alterada em poucos dias. A temática dos noticiários despertam preocupações, temor e impacto em toda família:"Adultos acompanham noticiários sobre a temática, comentam entre si das preocupações e percepções, é uma dinâmica familiar de influência recíproca. A criança tende a observar e acompanhar parte dessas reações que muitos de nós adultos também experimentamos". A este contexto, os profissionais da saúde não estão imunes. Muitos não têm conseguido resistir à pressão. É preciso olhar com cuidado e atenção especial a este grupo. É importante dialogar e entender os anseios e as necessidades particulares da 'pessoa' antes do 'profissional' que deseja seguir seu trabalho e cumprir seu juramento. Este pode estar em conflito por não estar suportando as questões com as quais tem tido que lidar. Em um contexto mais amplo, é importante que consigamos proporcionar conforto e suporte necessários para que se restabeleçam emocionalmente.A qualidade de vida no trabalho tem influência direta na qualidade de vida como um todo. No cenário atual, é preciso que aprendamos a viver na melhor maneira possível. Inseridos neste recorte, profissionais da área de saúde precisam encontrar e praticar atividades capazes de recompor o equilíbrio fora dos plantões. Para entendermos as preocupações e oportunidades, conversamos com Marcelo Duarte, 36, Técnico em Enfermagem. O profissional relata a importância da garantia das condições básicas de trabalho, com os equipamentos necessários, para que não ocorra exposição indevida ao vírus. Proporcionando qualidade e segurança aos que estão no combate à pandemia. Nos momentos de folga, Marcelo relata que:"Em nosso dia a dia fora do hospital é preciso buscar uma vida saudável, mesmo dentro do isolamento. Termos tempo para praticar atividade física, fazer algo que gostamos, ler um livro. Buscar ter uma rotina normal apesar do isolamento social". Conversamos também com Fernanda Andrade, 40, Enfermeira, para entender alguns cuidados básicos para com a saúde do profissional:"Dormir e se alimentar bem, beber ao menos dois litros de água por dia. Praticar atividades para relaxar, como ouvir uma música, meditar, entre outras coisas".A profissional relata ainda que é importante redobrar alguns cuidados, tais como a concentração na hora de se paramentar para cuidar dos pacientes. Ressalta a necessidade de um cuidado ainda maior no momento da retirada. Geralmente, alerta, é neste momento que muitos se contaminam. Quando longe do hospital, reforça o cuidado com roupas e calçados utilizados na rua, lavar bem as mãos e evitar contato de mãos sujas com mucosas.A Agência ZeroUm se solidariza com todos os profissionais da área de saúde que vem enfrentam qualquer tipo de esgotamento em virtude da atual conjuntura. Ao mesmo tempo, aplaudimos a todos por executarem tarefas tão nobres e essenciais. Bruno VelascoAgência ZeroUm
Profissionais da saúde e familiares relatam a vida para além dos hospitais.Estresse. Área de Saúde. Foto: Wix Media.A COVID-19 vem reescrevendo necessidades, modo de vida e protocolos em praticamente todo o mundo. Para os profissionais de saúde, a realidade que se apresenta é brutal. Sobretudo para aqueles que não tinham contato com a realidade pública do atendimento.Recentemente, após se sagrar campeã do Big Brother Brasil, a médica Thelma em entrevista ao GShow comentou: "Foi a primeira vez que eu tive uma crise de choro pós-confinamento do BBB. Foi quando caiu a ficha de que se eu não estivesse participado, estaria exatamente na mesma situação destes meus colegas".A realidade pode ser ainda mais brutal quando consideramos o estágio de sucateamento da saúde pública, com a superlotação por muitas vezes já sabida e reportada por diversos canais. E apesar de tudo isto, o profissional da saúde resiste.A Agência ZeroUm esteve em contato com familiares de profissionais de saúde. Estes relatam que, além do esgotamento físico com escalas diferenciadas, há o esgotamento emocional. Talvez o ponto mais estratégico da cadeia de atendimento sofra por conta de uma conjuntura de problemas derivados da falta de condições de trabalho, de estrutura, afetando justamente aqueles que estão no 'front'.Conversamos com o psicólogo José Renato Velasco para entendermos a absorção deste novo comum que a epidemia nos impõe dentro deste novo contexto. O profissional relata que a mudança para alguns foi grande. Com tudo, o cenário é desafiador diante do ineditismo e da abrangência do problema que todos estão vivendo. Toda dinâmica anterior e já conhecida foi alterada em poucos dias. A temática dos noticiários despertam preocupações, temor e impacto em toda família:"Adultos acompanham noticiários sobre a temática, comentam entre si das preocupações e percepções, é uma dinâmica familiar de influência recíproca. A criança tende a observar e acompanhar parte dessas reações que muitos de nós adultos também experimentamos". A este contexto, os profissionais da saúde não estão imunes. Muitos não têm conseguido resistir à pressão. É preciso olhar com cuidado e atenção especial a este grupo. É importante dialogar e entender os anseios e as necessidades particulares da 'pessoa' antes do 'profissional' que deseja seguir seu trabalho e cumprir seu juramento. Este pode estar em conflito por não estar suportando as questões com as quais tem tido que lidar. Em um contexto mais amplo, é importante que consigamos proporcionar conforto e suporte necessários para que se restabeleçam emocionalmente.A qualidade de vida no trabalho tem influência direta na qualidade de vida como um todo. No cenário atual, é preciso que aprendamos a viver na melhor maneira possível. Inseridos neste recorte, profissionais da área de saúde precisam encontrar e praticar atividades capazes de recompor o equilíbrio fora dos plantões. Para entendermos as preocupações e oportunidades, conversamos com Marcelo Duarte, 36, Técnico em Enfermagem. O profissional relata a importância da garantia das condições básicas de trabalho, com os equipamentos necessários, para que não ocorra exposição indevida ao vírus. Proporcionando qualidade e segurança aos que estão no combate à pandemia. Nos momentos de folga, Marcelo relata que:"Em nosso dia a dia fora do hospital é preciso buscar uma vida saudável, mesmo dentro do isolamento. Termos tempo para praticar atividade física, fazer algo que gostamos, ler um livro. Buscar ter uma rotina normal apesar do isolamento social". Conversamos também com Fernanda Andrade, 40, Enfermeira, para entender alguns cuidados básicos para com a saúde do profissional:"Dormir e se alimentar bem, beber ao menos dois litros de água por dia. Praticar atividades para relaxar, como ouvir uma música, meditar, entre outras coisas".A profissional relata ainda que é importante redobrar alguns cuidados, tais como a concentração na hora de se paramentar para cuidar dos pacientes. Ressalta a necessidade de um cuidado ainda maior no momento da retirada. Geralmente, alerta, é neste momento que muitos se contaminam. Quando longe do hospital, reforça o cuidado com roupas e calçados utilizados na rua, lavar bem as mãos e evitar contato de mãos sujas com mucosas.A Agência ZeroUm se solidariza com todos os profissionais da área de saúde que vem enfrentam qualquer tipo de esgotamento em virtude da atual conjuntura. Ao mesmo tempo, aplaudimos a todos por executarem tarefas tão nobres e essenciais. Bruno VelascoAgência ZeroUm