Agência ZeroUm19 de jun. de 20202 min de leituraUm Fla x Flu desnecessárioAtualizado: 9 de abr. de 2021A queda de braço entre agremiações cariocas esconde a brutal realidade no RJ.Maracanã esvaziado. Foto: Bruno Velasco.Talvez estejamos mais acostumados aos holofotes, à ideia de sucesso glorificada na TV, Jornais e Revistas. E nunca tenhamos percebido que existe um algo a mais por trás do esporte. É muito mais que vitórias e títulos.Por princípio o esporte pressupõe desenvolvimento do homem como ser social, autônomo e democrático. Deve ocorrer em um espaço de intervenção, de acontecimento e de direito social. Devendo existir para promover a inclusão de todos, sem discriminação, sendo capaz de construir participação ativa de todos os envolvidos, respeitando a diversidade. Diante disto, em um cenário pandêmico, os Jogos Olímpicos foram adiados em 1 ano. Outros esportes também foram afetados. A NBA foi paralisada. Etapas de Fórmula 1 foram canceladas. Campeonatos de Futebol pararam, tendo alguns preventivamente encerrados. O mundo não só dos esportes parou. E parou pois não havia condições necessárias para o entendimento de realização das partidas dentro dos princípios legitimados do esporte.Durante cerca de 3 meses o mundo discutiu e debateu como deveria ser combatido o vírus. Como seria o novo normal. Quais protocolos deveriam ser seguidos. Quantos dias de quarentena seriam necessários. 'Se' acaso seria preciso um 'lockdown'.Embora muitos países tenham adotado posicionamentos firmes, alguns poucos não celebraram o mesmo tipo de acordo. Em alguns locais a contaminação explodiu. Incontáveis aos nossos olhos é perceber que aqueles números se tratam de pessoas. De histórias que foram abreviadas. De sorrisos e adeus antecipados, não programados.E justamente dentro deste cenário, estamos vivendo um Brasil que não adotou medidas firmes. E mesmo assim quer deixar a quarenta que sequer promulgou. Um país que não se fez Estado e negligenciou a contagem adequada de seus mortos. Seja por COVID-19, Pneumonia ou por Síndrome Respiratória Aguda Grave pessoas estão morrendo. São números elevadíssimos mesmo com baixa testagem. E nenhum plano estruturado capaz de garantir uma curva de melhora. Faltam leitos, sobra espera e desesperança. Impera a incapacidade de reconhecer o problema que só faz agravar o mesmo. A desinformação existe e está institucionalizada.O Brasil se esforça para viver a realidade que a Europa celebra. Mas não seguiu os passos de sua luta nos últimos meses. Pulando fases, ignorando recomendações, o futebol carioca insiste em querer voltar. E voltou em um Maracanã esvaziado pela proibição mas também pela falta de sentido, falta de brilho, de brio. Ao lado de um hospital de campanha. Um futebol de costas para as vidas que ali estão em luta e enlutadas. Há o que se celebrar? Antes de querer fazer parecer normal, driblando o entendimento de muita pessoas, as autoridades deveriam estar empenhadas em normalizar a situação. Até lá, tudo é várzea.Bruno VelascoAgência ZeroUm
A queda de braço entre agremiações cariocas esconde a brutal realidade no RJ.Maracanã esvaziado. Foto: Bruno Velasco.Talvez estejamos mais acostumados aos holofotes, à ideia de sucesso glorificada na TV, Jornais e Revistas. E nunca tenhamos percebido que existe um algo a mais por trás do esporte. É muito mais que vitórias e títulos.Por princípio o esporte pressupõe desenvolvimento do homem como ser social, autônomo e democrático. Deve ocorrer em um espaço de intervenção, de acontecimento e de direito social. Devendo existir para promover a inclusão de todos, sem discriminação, sendo capaz de construir participação ativa de todos os envolvidos, respeitando a diversidade. Diante disto, em um cenário pandêmico, os Jogos Olímpicos foram adiados em 1 ano. Outros esportes também foram afetados. A NBA foi paralisada. Etapas de Fórmula 1 foram canceladas. Campeonatos de Futebol pararam, tendo alguns preventivamente encerrados. O mundo não só dos esportes parou. E parou pois não havia condições necessárias para o entendimento de realização das partidas dentro dos princípios legitimados do esporte.Durante cerca de 3 meses o mundo discutiu e debateu como deveria ser combatido o vírus. Como seria o novo normal. Quais protocolos deveriam ser seguidos. Quantos dias de quarentena seriam necessários. 'Se' acaso seria preciso um 'lockdown'.Embora muitos países tenham adotado posicionamentos firmes, alguns poucos não celebraram o mesmo tipo de acordo. Em alguns locais a contaminação explodiu. Incontáveis aos nossos olhos é perceber que aqueles números se tratam de pessoas. De histórias que foram abreviadas. De sorrisos e adeus antecipados, não programados.E justamente dentro deste cenário, estamos vivendo um Brasil que não adotou medidas firmes. E mesmo assim quer deixar a quarenta que sequer promulgou. Um país que não se fez Estado e negligenciou a contagem adequada de seus mortos. Seja por COVID-19, Pneumonia ou por Síndrome Respiratória Aguda Grave pessoas estão morrendo. São números elevadíssimos mesmo com baixa testagem. E nenhum plano estruturado capaz de garantir uma curva de melhora. Faltam leitos, sobra espera e desesperança. Impera a incapacidade de reconhecer o problema que só faz agravar o mesmo. A desinformação existe e está institucionalizada.O Brasil se esforça para viver a realidade que a Europa celebra. Mas não seguiu os passos de sua luta nos últimos meses. Pulando fases, ignorando recomendações, o futebol carioca insiste em querer voltar. E voltou em um Maracanã esvaziado pela proibição mas também pela falta de sentido, falta de brilho, de brio. Ao lado de um hospital de campanha. Um futebol de costas para as vidas que ali estão em luta e enlutadas. Há o que se celebrar? Antes de querer fazer parecer normal, driblando o entendimento de muita pessoas, as autoridades deveriam estar empenhadas em normalizar a situação. Até lá, tudo é várzea.Bruno VelascoAgência ZeroUm