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Foto do escritorAgência ZeroUm

Estratégia não é sorte

Atualizado: 22 de mai. de 2020

A COVID-19 em Portugal e seus desafios.

Muitos têm atribuído à questão geográfica a sorte de Portugal estar vivendo uma experiência mais controlada durante a pandemia da COVID-19.


Tal como a Escola de Sagres, é necessário muito mais que apenas posição estratégica para poder confirmar as teorias. É necessário estratégia e muito trabalho.


E trabalho, de toda sorte, foi executado. Portugal adotou desde muito cedo o isolamento social, com fechamento de escolas, comércios e espaços públicos. A ação coordenada produziu uma espécie de 'barreira invisível' que ajudou a reduzir os números de contágios. Quantos menos pessoas estivessem expostas, menores as probabilidades de contágio. E assim foi feito.


Pâmella Mendonça, 27, Administrativo de Vendas, natural do estado do Rio de Janeiro reside em Lisboa há 4,5 anos e conta que dentre as pessoas que conhece.

'todos estão a levar muito a sério a questão do isolamento social. Vemos poucas pessoas nas ruas, somente mesmo para fazer coisas essenciais'.

Lisboa, Portugal. Foto: Wix Media.
Lisboa, Portugal. Foto: Wix Media.

Segundo as informações veiculadas em Portugal, o avanço do vírus está bem controlado. Em uma relação direta quando se considera vizinhos europeus como Itália e Espanha, ou no continente americano como Estados Unidos e Brasil , o número de infectados é proporcionalmente menor.


Por sinal, o número real de pessoas impactadas pelo Novo Coronavírus pode ser muito maior, em todo mundo, pois não havia sistema de saúde capaz de testar de modo massivo a população. E em Portugal não foi diferente. Os responsáveis pelo sistema de saúde informaram que existem testes suficientes para aqueles que necessitam ser testados.


Diferentemente do Brasil, a informação para o combate e para a prevenção é estratégica. Diariamente, por volta de meio dia (horário local), ocorre uma reunião dos representantes da saúde do governo em que são informados os números de pessoas infectadas, bem como a variação ao longo do tempo, por região e cidade. Além disso informam o número de mortos e de pessoas recuperadas.

Diante da singularidade e da velocidade dos acontecimentos, a população parece estar reagindo dentro do esperado. Em um primeiro momento, percebia-se um clima de desconfiança a respeito dos comunicados. A informação disponibilizada associada ao passar do tempo e, quem sabe - a evolução do contágio em outros países, contribuíram para um aceitação maior da mensagem.


Em Portugal, o uso obrigatório de máscaras nas ruas e em locais como supermercados, farmácias, transportes públicos ainda não é obrigatório. Entretanto, o estado de emergência em que o país se encontra restringe a circulação de pessoas, trabalhando para conter a curva de propagação, colaborando com ações para evitar impacto no sistema de saúde. A ocupação dos leitos é de cerca de 60% que em tempos de COVID-19 é um fator de segurança que muitos países não conseguem garantir.





Bruno Velasco

Agência ZeroUm

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