Agência ZeroUm22 de dez. de 20213 min de leituraItapemirim: "Tinha tudo pra dar errado"Era questão de tempo”, diz ex-secretário de Aviação Civil sobre suspensão das operações da Itapemirim. Em entrevista ao portal Brasil61.com, Dario Rais Lopes, disse que pandemia, dificuldades financeiras e inexperiência da companhia aérea compunham roteiro previsível.Avião. Foto: Bruno Velasco - AG01.A suspensão das operações da ITA, companhia aérea da Itapemirim, e o cancelamento de mais de 500 voos que a empresa faria até o fim de dezembro eram previsíveis, afirmou Dario Rais Lopes, ex-secretário de Aviação Civil do governo Temer, em entrevista ao portal Brasil61.com, neste domingo (19). O grupo Itapemirim, dono da ITA, está em processo de recuperação judicial desde 2016 e, segundo revelou o portal UOL, devia cerca de R$ 253 milhões aos seus credores em setembro, além de mais de R$ 2 bilhões em impostos. Apesar disso, a empresa decidiu operar também no transporte aéreo, atividade que teve início em junho deste ano. Para Dario, as dificuldades financeiras e a inexperiência do grupo no mercado de aviação, aliadas à pandemia da Covid-19, ajudam a explicar porquê a interrupção das atividades pela ITA compunham um roteiro anunciado. “O desfecho era algo que a gente esperava. Não se esperava algo diferente, porque é um setor de alto investimento e se trata de um player que não tinha fôlego para tocar o negócio. Era uma questão de tempo isso que aconteceu”, avalia. “Num momento em que se está rediscutindo a organização da economia do pós-pandemia, em que o setor mais afetado foi o da aviação civil, me aparece uma empresa, cujo lastro é um grupo em operação judicial. Tem tudo pra dar errado”, completa. Após ser informada da suspensão das operações pela Itapemirim, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu a licença da companhia, o chamado Certificado de Operador Aéreo. A Anac também determinou que a ITA prestasse atendimento a todos os passageiros de forma imediata e comunicasse, individualmente, sobre os cancelamentos de voos, reacomodação e reembolso dos bilhetes. A interrupção das atividades da companhia aérea pegou muitos passageiros de surpresa. No Aeroporto de Guarulhos, por exemplo, pessoas aguardavam a hora do embarque quando receberam a informação do cancelamento das viagens. Segundo o site da Anac, a Ita faria mais de 500 voos até dezembro. Às vésperas do Natal e do Ano Novo, milhares de passageiros ficaram sem saber o que fazer. Segundo Dario, do ponto de vista da regulação e até da atuação da Anac após o comunicado da ITA, os usuários do transporte aéreo estão bem protegidos contra essas situações, pois as normas garantem a reacomodação ou reembolso do valor gasto pelos passageiros. No entanto, ele acredita que o problema envolvendo a Itapemirim e outras companhias no passado, como a Varig e a Transbrasil, evidencia a necessidade de processos mais criteriosos no momento em que as empresas tentam obter a licença para operar no mercado doméstico de aviação. “Eu acho que a Anac está trabalhando corretamente. O problema tem um vício de origem. O que tem de ser revisto é o processo de autorização. Ele tem de ser mais seletivo, tem de incluir, na sua origem, já os compromissos, talvez um fundo, alguma coisa que permita minimizar esse tipo de problema. Eu penso que o foco da questão não seja a proteção do passageiro, mas sim você permitir que quem entre no mercado já entre com fôlego e reserva para mitigar esse tipo de problema”, afirma. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Anac para saber o que a agência fez no período que antecedeu a suspensão das operações pela Itapemirim, mas até o fechamento da matéria não obteve resposta. Cancelamento de voos da Itapemirim pode afetar até 80 mil passageirosAtendimentoNa tarde de sábado, o grupo Itapemirim comunicou que ampliou os canais de atendimento aos passageiros prejudicados pela suspensão das atividades da companhia aérea. Além do e-mail falecomaita@voeita.com.br, os usuários podem tentar contato, das 6h às 21h, pelo telefone 0800 723 2121 e pelo chat do site www.voeita.com.br. A empresa orienta que apenas os clientes que estão fora de sua cidade de domicílio, e precisam retornar para casa, entrem em contato pelos canais de atendimento para conseguirem a reacomodação em outra companhia. Aqueles que estão com passagens de ida e volta compradas vão receber o reembolso integral dos valores, promete a empresa. Neste caso, o passageiro deve procurar a sua agência de viagem, enviar um e-mail para reembolso@voeita.com.br com o nome completo e número do localizador da reserva ou fazer uma solicitação pelo site da companhia, o www.voeita.com.br.Confira o passo a passo abaixo:Clique em “Meus Voos”;Faça o login com o seu usuário e senha;Clique na opção "Reemissão/Remarcação/Reembolso";Selecione o seu ticket;Selecione a opção “Reembolso”. O grupo Itapemirim orienta aos passageiros que têm viagens programadas para não tentarem fazer check-in online, nem comparecer aos aeroportos sem entrar em contato com a empresa. Fonte: Brasil 61
Era questão de tempo”, diz ex-secretário de Aviação Civil sobre suspensão das operações da Itapemirim. Em entrevista ao portal Brasil61.com, Dario Rais Lopes, disse que pandemia, dificuldades financeiras e inexperiência da companhia aérea compunham roteiro previsível.Avião. Foto: Bruno Velasco - AG01.A suspensão das operações da ITA, companhia aérea da Itapemirim, e o cancelamento de mais de 500 voos que a empresa faria até o fim de dezembro eram previsíveis, afirmou Dario Rais Lopes, ex-secretário de Aviação Civil do governo Temer, em entrevista ao portal Brasil61.com, neste domingo (19). O grupo Itapemirim, dono da ITA, está em processo de recuperação judicial desde 2016 e, segundo revelou o portal UOL, devia cerca de R$ 253 milhões aos seus credores em setembro, além de mais de R$ 2 bilhões em impostos. Apesar disso, a empresa decidiu operar também no transporte aéreo, atividade que teve início em junho deste ano. Para Dario, as dificuldades financeiras e a inexperiência do grupo no mercado de aviação, aliadas à pandemia da Covid-19, ajudam a explicar porquê a interrupção das atividades pela ITA compunham um roteiro anunciado. “O desfecho era algo que a gente esperava. Não se esperava algo diferente, porque é um setor de alto investimento e se trata de um player que não tinha fôlego para tocar o negócio. Era uma questão de tempo isso que aconteceu”, avalia. “Num momento em que se está rediscutindo a organização da economia do pós-pandemia, em que o setor mais afetado foi o da aviação civil, me aparece uma empresa, cujo lastro é um grupo em operação judicial. Tem tudo pra dar errado”, completa. Após ser informada da suspensão das operações pela Itapemirim, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu a licença da companhia, o chamado Certificado de Operador Aéreo. A Anac também determinou que a ITA prestasse atendimento a todos os passageiros de forma imediata e comunicasse, individualmente, sobre os cancelamentos de voos, reacomodação e reembolso dos bilhetes. A interrupção das atividades da companhia aérea pegou muitos passageiros de surpresa. No Aeroporto de Guarulhos, por exemplo, pessoas aguardavam a hora do embarque quando receberam a informação do cancelamento das viagens. Segundo o site da Anac, a Ita faria mais de 500 voos até dezembro. Às vésperas do Natal e do Ano Novo, milhares de passageiros ficaram sem saber o que fazer. Segundo Dario, do ponto de vista da regulação e até da atuação da Anac após o comunicado da ITA, os usuários do transporte aéreo estão bem protegidos contra essas situações, pois as normas garantem a reacomodação ou reembolso do valor gasto pelos passageiros. No entanto, ele acredita que o problema envolvendo a Itapemirim e outras companhias no passado, como a Varig e a Transbrasil, evidencia a necessidade de processos mais criteriosos no momento em que as empresas tentam obter a licença para operar no mercado doméstico de aviação. “Eu acho que a Anac está trabalhando corretamente. O problema tem um vício de origem. O que tem de ser revisto é o processo de autorização. Ele tem de ser mais seletivo, tem de incluir, na sua origem, já os compromissos, talvez um fundo, alguma coisa que permita minimizar esse tipo de problema. Eu penso que o foco da questão não seja a proteção do passageiro, mas sim você permitir que quem entre no mercado já entre com fôlego e reserva para mitigar esse tipo de problema”, afirma. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Anac para saber o que a agência fez no período que antecedeu a suspensão das operações pela Itapemirim, mas até o fechamento da matéria não obteve resposta. Cancelamento de voos da Itapemirim pode afetar até 80 mil passageirosAtendimentoNa tarde de sábado, o grupo Itapemirim comunicou que ampliou os canais de atendimento aos passageiros prejudicados pela suspensão das atividades da companhia aérea. Além do e-mail falecomaita@voeita.com.br, os usuários podem tentar contato, das 6h às 21h, pelo telefone 0800 723 2121 e pelo chat do site www.voeita.com.br. A empresa orienta que apenas os clientes que estão fora de sua cidade de domicílio, e precisam retornar para casa, entrem em contato pelos canais de atendimento para conseguirem a reacomodação em outra companhia. Aqueles que estão com passagens de ida e volta compradas vão receber o reembolso integral dos valores, promete a empresa. Neste caso, o passageiro deve procurar a sua agência de viagem, enviar um e-mail para reembolso@voeita.com.br com o nome completo e número do localizador da reserva ou fazer uma solicitação pelo site da companhia, o www.voeita.com.br.Confira o passo a passo abaixo:Clique em “Meus Voos”;Faça o login com o seu usuário e senha;Clique na opção "Reemissão/Remarcação/Reembolso";Selecione o seu ticket;Selecione a opção “Reembolso”. O grupo Itapemirim orienta aos passageiros que têm viagens programadas para não tentarem fazer check-in online, nem comparecer aos aeroportos sem entrar em contato com a empresa. Fonte: Brasil 61