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Foto do escritorAgência ZeroUm

Uma vez Flamengo, o de 81 e para sempre

Atualizado: 9 de abr. de 2021

Uma história de amor em vermelho e preto.

“Em dezembro de oitenta e um...” Este é o início de uma música que marcou a geração atual de torcedores do Flamengo, cantada a plenos pulmões, principalmente, em 2019, quando o time fez partidas e campanhas históricas, conquistando o estado, o país e o continente.


Os mais jovens talvez não entendam o que seria ligar a tv e não ter futebol ou somente poder acompanhar pelo rádio. Ou ter que esperar para saber quem eram Raul, Leandro, Marinho, Mozer, Junior, Andrade, Adílio, Zico, Tita, Nunes ou Lico.


Tenho poucas lembranças do futebol. Um por ser pequeno. Dois por quase não haver na tv. Era no rádio! O time de “dezembro de oitenta e um” que “ficou marcado na história” foi o protagonista da primeira partida que lembro de assistir completa. Antes, tenho um breve flash da seleção de 78, saindo de campo, abraçada, após a “vitória moral” na Copa da Argentina.


Eu tinha 10 anos. Minha mãe havia feito uma bandeira vermelha e preta, que foi presa a um cabo de vassoura. Coloquei minha camisa pirata – antigamente, não se tinha facilidade de comprar camisas originais ou falsificadas com qualidade –, sentei no sofá e ficamos lá eu, minha mãe, meu pai e um casal de amigos deles.

O placar de 3 a 0 no primeiro tempo, já dava pra saber que seria tranquilo. (Enquanto escrevo, lembrei que ouvia as incessantes vuvuzelas dos japoneses torcendo para o Flamengo. O barulho rendeu muito tempo.) Ao final do jogo, lembro dos meus pais se despedindo do casal de amigos no portão de casa. Pedi à minha mãe para “dar uma volta no quarteirão”.


Fui, no auge dos meus 10 anos, com a independência de um campeão do mundo, bandeira em punho, correndo pela vizinhança, feliz da vida! Era o primeiro jogo do qual lembraria para sempre, era a primeira conquista que eu acompanhava, era o primeiro campeonato mundial e, mais importante de tudo, era a minha primeira “volta olímpica”.


Nota: Na imagem ao lado, podemos ver como ainda hoje o time de 1981 é reverenciado nas redes sociais.


Trinta e sete anos depois, acompanhei uma gravação para o canal do Zico, no YouTube, onde ele e Carpegiani – ex-jogador do Flamengo e técnico do time campeão do mundo, falaram daquele tempo. Não tive como não me emocionar. Confesso que chorei um pouco. Mas, foram lágrimas de alegria. Lágrimas de um campeão do mundo com 10 anos de idade. E que, agora, “pede o mundo de novo”.



Ayrton Coimbra

Jornalista, radialista, produtor, especialista em marketing digital e criação de conteúdo para Agência ZeroUm.

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